Fontes da Filosofia moral – O pragmatismo de William James.

Ética.

Uma ocorrência na vida de William James fez com que encontrasse uma alternativa às éticas categóricas. Acometido de “vertigem intelectual” ao interpretar um poema de Walt Whitman, James deu-se conta de que duas disposições do nosso espírito poderiam guiar a conduta moral. Uma dogmática e canônica: a crença no transcendente que está além da vida. Outra, pragmática e verificável: a verdade de que transcende a vida particular, que está além de nós mesmos.

Sobre o segundo modo de ver, James desenvolveu uma agenda que denominou de “melhorismo”. Um termo infeliz para um conteúdo inteligente. O argumento era que no “fluxo das experiências” não há, nem pode haver valores morais válidos definitivamente. Segue-se que a moral deveria se fundar na escolha entre possibilidades. De sorte que a “salvação do mundo” consistiria em uma opção auto orientada, focada no futuro, segundo o que se considerasse o melhor para todos.

O raciocínio não se apoiava em qualquer crença institucionalizada, mas no “sentimento religioso” que orienta nossos atos no sentido pragmático da autorrealização. O significado filosófico do termo pragmático não tem a ver com a modificação dos princípios morais em função das circunstâncias. Refere-se ao agir [pragma=ação]. A ideia de James é de que podemos realizar a nossa grandeza sendo fiéis a nós mesmos, buscando o curso de ação entre os “múltiplos possíveis” aquele que mais racionalmente, mais razoavelmente faz cessar a desesperança, a inquietação e o sem sentido.

O conceito é brilhante. Um paralelo com “além do homem” de Nietzsche e com o cuidado em efetivar a existência na “vertical de si”, de Foucault não é descabido.

UTILIZE E CITE A FONTE.
CHERQUES, Hermano Roberto Thiry (2024). Fontes da Filosofia moral – O pragmatismo de William James. – https://hermanoprojetos.wordpress.com/2024/06/03/fontes-da-filosofia-moral-o-pragmatismo-de-william-james/
REFERÊNCIAS:
James, William (2005) Pragmatismo. Tradução de Jorge Caetano Da Silva. São Paulo. Martin Claret.
 

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