73% dos profissionais em home office preferem trabalho híbrido.

Notas.

Deu no Estadão.

Enquanto algumas empresas já anunciam ou estudam o retorno ao trabalho 100% presencial, pesquisas com funcionários em home office mostram que eles se adaptaram às atividades em casa e indicam o modelo híbrido como o mais adequado para a nova realidade do mercado de trabalho. Um dos levantamentos mais recentes foi feito pelo Talenses Group com a Fundação Dom Cabral (FDC), segundo o qual 72,7% dos entrevistados acreditam que o regime misto é o que mais se adapta às funções que realizam.

Esse desejo dos profissionais contrasta com os planos das empresas. Pesquisa da KPMG feita entre julho e agosto mostra que 52% das companhias desejam que a operação presencial retorne ainda neste ano. Outras 15% já descartaram completamente o home office e querem voltar ao modelo pré-pandemia.

A preferência dos funcionários é fundamentada, na pesquisa da Talenses, uma vez que eles consideram o sistema misto como forma de maximizar produtividade e eficiência. Já os que preferem o home office integral são 23%, e apenas 4,41% votam no regime totalmente presencial. A pesquisa foi realizada em setembro deste ano com 686 trabalhadores, dos quais 56,6% ainda atuavam de casa, 10,2% já estavam no escritório e 33,1% iam de forma alternada ou quando necessário.

Segundo Luiz Valente, CEO da consultoria Talenses Group, as empresas estão tentando contornar uma situação atípica dentro de seus próprios cenários e, na prática, o modelo remoto ou até mesmo híbrido não será possível, como em indústrias, companhias de prestação de serviço e comércio. Do lado dos funcionários, eles começaram a repensar o estilo de vida.

1634924653422“E aí vemos uma questão de expectativa versus realidade entre colaborador e empresa. Se para alguns o modelo remoto e híbrido faz sentido, para outros não. O mesmo acontece para o modelo presencial. Esse conceito entre expectativa e realidade é o que gera algumas frustrações”, diz Valente. “O que o colaborador deseja é o poder de escolha, mas quantas empresas realmente conseguem oferecer uma realidade que atenda a todos os perfis e vontades dos profissionais? Dessa forma, os profissionais que se adaptaram ao modelo remoto e não desejam voltar ao presencial já estão procurando alternativas de trabalho.”

Especialistas avaliam que cabe à empresa definir o modelo de trabalho e muitas têm feito avaliações internas para entender a preferência dos colaboradores. Quase 52% das companhias vão adotar o regime híbrido, segundo a pesquisa da Talenses com a FDC. Mas é importante levar em consideração também não só o desejo dos funcionários como os benefícios para a companhia. Redução de custos, seja com aluguel de salas ou despesas fixas, já são a principal vantagem.

Além disso, 86,3% dos entrevistados relatam que a produtividade é alta ou muito alta no home office, sem contar que a vida pessoal ganha novos sentidos. Para 49,4% dos trabalhadores, ficar mais tempo em casa possibilitou que se dedicassem mais a projetos pessoais. Estar com a família, fazer pausas em um ambiente confortável e eliminar o deslocamento até o trabalho têm surtido efeitos positivos na saúde mental.

É claro que a realidade é distinta para cada um e se aplica apenas aos 11% dos brasileiros que trabalharam de casa em 2020, segundo dados da Pnad Covid-19, divulgada este ano pelo Ipea. O perfil dessas pessoas também é muito específico, formado na maioria por mulheres, pessoas brancas e altamente escolarizadas.

Valente pontua que, ao fazer um recorte de gênero, geração e condições sociais, há peculiaridades que levam a entender porque alguns modelos funcionam para uns e não para outros. “Em relação ao gênero, sabemos que a sociedade ainda conta com diferenças entre o papel esperado pelo homem e pela mulher dentro da dinâmica familiar, que impactam a produtividade de cada um deles. Grande parte das mulheres prefere o modelo híbrido porque, dessa forma, em muitos casos, fica mais fácil coordenar as dinâmicas de trabalho.”

Enquanto isso, a geração mais jovem prefere ir mais vezes ao escritório pela oportunidade de socialização, latente nessa fase da vida, networking e aprendizado. Quando se analisa o fator social, o CEO diz que o home office só faz sentido para aqueles que podem tornar o ambiente familiar em um local de trabalho saudável.

“Há pessoas com condições mais simples de vida que não têm esse ambiente adequado para o trabalho dentro de casa, por diferentes razões, e por isso, muitas vezes, preferem ir ao escritório”, observa. Por outro lado, são essas mesmas pessoas que, geralmente, moram mais distante do local de trabalho. “Existe um desafio grande das empresas conseguirem oferecer o melhor subsídio para todos os seus colaboradores, mas a evolução acontecerá com o tempo.”

A pesquisa também revela uma face negativa do home office. Cerca de um terço afirma que o trabalho consome a maior parte do tempo e 85,2% concorda total ou parcialmente que a carga de trabalho aumentou, mesmo depois de um ano da pandemia. Sem contar que estar em casa com outras pessoas, principalmente crianças, pode prejudicar a concentração.

Segundo os entrevistados, os fatores que mais afetam a produtividade são a necessidade de contato com outras pessoas da empresa (44%), outros membros da família que moram junto (35,4%), celular, televisão, websites e redes sociais (25,81%) e problemas pessoais de concentração no ambiente de casa (23,66%).

Mesmo assim, os funcionários estão conscientes de que não precisam trabalhar mais para mostrar mais produtividade: 80,3% deles seguem o mesmo horário de trabalho de quando estavam no presencial ou possuem horários mais flexíveis e 19,6% tiveram de se adaptar ou estender horários. Assim, o sistema de trabalho que alterna dias em casa e no presencial vem como uma resposta à demanda por equilíbrio, diz Paul Ferreira, professor de estratégia e diretor do Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral.

“O modelo híbrido é uma maneira de dar voz a uma larga maioria de indivíduos que apontam preferir um regime remoto equilibrado de duas a três vezes por semana. A pandemia ajudou a entender que as capacidades de operar com produtividade e desempenho máximos varia dramaticamente de acordo com preferências pessoais, bem-estar e um conjunto de condições familiares e habitacionais. Portanto, os indivíduos estão querendo um balanço entre trabalho no escritório e trabalho em casa ou remoto, valorizando o modelo híbrido”, afirma.

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Os trabalhadores não querem seus velhos empregos de volta nos velhos termos.

Nota.

Deu na Folha por Paul Krugman

A pandemia desordenou a vida de trabalho de muitos americanos. Alguns de nós —em geral pessoas brancas e de nível educacional elevado, com empregos relativamente bem remunerados— puderam adotar o trabalho remoto. Milhões de outros trabalhadores, especialmente muitos trabalhadores mal pagos do setor de serviços, simplesmente viram seus empregos desaparecer quando os consumidores deixaram de comer fora e de viajar.

Agora a economia está se recuperando —uma recuperação que provavelmente continuará a despeito da difusão da variante delta do coronavírus. Mas muitos americanos não desejam voltar à maneira que as coisas costumavam ser. Depois de 18 meses trabalhando em casa, muita gente não quer voltar a enfrentar o estresse da jornada diária entre sua casa e o trabalho. E pelo menos algumas das pessoas que foram forçadas a aceitar o desemprego vieram a perceber o quanto eram infelizes com seus empregos de baixo salário e condições de trabalho precárias, e relutam em retornar aos seus postos anteriores.

Para ser honesto, quando as empresas começaram, a se queixar da escassez de mão de obra, minha sensação foi de ceticismo. Esse tipo de queixa sempre emerge quando a economia começa a se recuperar de um período recessivo, e muitas vezes significa apenas que as pessoas em busca de emprego agora estão um pouco menos desesperadas. Alguns de nós ainda recordam como, sete ou oito anos atrás, Pessoas Muitas Sérias insistiram em que enfrentávamos uma grande “carência de qualificação” e que jamais seríamos capazes de levar o desemprego de volta aos níveis que haviam prevalecido antes da crise. (“Spoiler”: foi exatamente o que fizemos.)

A este ponto, porém, parece claro que alguma coisa realmente está acontecendo. Pode-se perceber pelos dados sobre postos de trabalho em aberto que existem muito mais vagas não preenchidas do que normalmente esperaríamos ver dado o nível atual de desemprego, que continua a ser relativamente alto.

É uma situação perceptível também se considerarmos o que está acontecendo no setor mais atingido pela pandemia, o de lazer e hospitalidade (hotéis, restaurantes).

Reabertura de Nova York, em maio de 2021
Reabertura de Nova York, em maio de 2021

O emprego no setor continua bem abaixo do nível que mantinha antes da pandemia; mas para trazer de volta os trabalhadores, o setor teve de oferecer grandes aumentos de salários, levando-os para valores significativamente mais altos do que a tendência vigente antes da pandemia.

Em outras palavras, alguns trabalhadores realmente não parecem dispostos a voltar aos seus velhos empregos a não ser que lhes sejam oferecidos substancialmente mais dinheiro e/ou condições de trabalho melhores. Mas por que isso está acontecendo? E devemos ver a tendência como ruim?

Os conservadores insistem em que é de fato ruim: os trabalhadores, eles afirmam, estão se recusando a aceitar empregos porque a assistência do governo está tornando o desemprego confortável demais para eles. Mas eles sempre diriam isso, não é? Lembre-se, foi a mesma coisa que disseram depois da crise financeira, afirmando que os desempregados estavam sendo mimados —quando a verdadeira razão para que a recuperação tenha demorado mais do que deveria foi a política de austeridade destrutiva imposta pelos republicanos do Congresso.

Isso posto, os motivos para preocupação quanto aos efeitos de incentivo dos benefícios-desemprego parecem mais convincentes agora do que no passado. A assistência aos desempregados foi muito mais generosa durante a pandemia do que durante a Grande Recessão; o suplemento de US$ 300 por semana aos benefícios-desemprego existentes, aprovado em dezembro e prorrogado em março, embora inferior aos US$ 600 por semana que vigoraram por parte de 2020, basta, quando combinado aos benefícios regulares, para substituir a maior parte da renda normal dos trabalhadores menos bem pagos.

Mas será que os benefícios-desemprego tiveram um grande efeito adverso sobre o emprego, na verdade? Não. Os números sobre o emprego em base estadual divulgados na sexta-feira (20) reforçam as conclusões de estudos anteriores que constataram um efeito negativo pequeno.

Desta vez, os republicanos inadvertidamente forneceram os dados necessários a refutar o que afirmam. Muitos dos estados governados por conservadores correram as cancelar os benefícios-desemprego expandidos antes de setembro, a data em que eles expirariam. Se esses benefícios fossem uma grande força de bloqueio à criação de empregos, esses estados teriam visto crescimento de emprego perceptivelmente mais rápido do que os estados democratas, que mantiveram os benefícios. Isso não aconteceu.

Mas se os benefícios do governo não foram responsáveis, o que explica a relutância de alguns trabalhadores a voltar aos seus velhos empregos? Pode haver diversos fatores. O medo do vírus não desapareceu, e pode estar fazendo com que alguns trabalhadores escolham ficar em casa. Cuidar das crianças também é uma questão, já que muitas escolas continuam fechadas e os serviços de creche ainda não se recuperaram.

Meu palpite, porém —e é só um palpite, embora alguns dos especialistas mais conhecidos nessa área tenham opiniões semelhantes— é que, como indiquei no começo deste artigo, o desordenamento do trabalho criado pela pandemia foi uma experiência de aprendizado. Muitas das pessoas afortunadas o bastante para poderem trabalhar de casa perceberam o quanto detestavam ir de casa ao trabalho a cada dia; algumas das pessoas que trabalhavam no setor de lazer e hospitalidade perceberam, em seus meses de inatividade forçada, o quanto odiavam seus velhos empregos.

E os trabalhadores parecem dispostos a pagar um preço para evitar voltar ao que as coisas eram. Isso, aliás, pode se provar especialmente verdadeiro para os trabalhadores mais velhos, alguns dos quais optaram por sair da força de trabalho.

Na medida em que essa é a história por trás da recente “escassez de mão de obra”, o que estamos vendo é bom, e não um problema. Perversamente, a pandemia pode ter dado a muitos americanos a oportunidade de determinar o que realmente importa para eles —e o dinheiro que estavam sendo pagos para realizar trabalhos desagarráveis, alguns deles agora percebem, não era suficiente.

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Empregadores enfrentam dificuldades para encontrar funcionários nos EUA.

Nota.

Deu no Financial Times via Folha.

632081-oportunidades-de-estagio-oi-2013-4O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defende suas realizações na segunda-feira (10), depois que os números sobre o emprego nos Estados Unidos revelaram dois fatos intrigantes: milhões de pessoas que perderam o emprego na pandemia continuam desempregadas, mas como empresas dizem que não estão encontrando pessoas para contratar em número suficiente.

A incapacidade das companhias para atrair novos trabalhadores deflagrou um debate polarizador sobre as possíveis causas, e os republicanos e algumas figuras do mundo dos negócios dizem que os benefícios excessivamente generosos aos desempregados estão desencorajando como pessoas de procurar emprego.

O principal culpado por isso, eles afirmam, é a extensão pelo governo Biden do pagamento adicional de US$ 300 (R$ 1.571) semanais em benefícios-desemprego. Nos estados onde os pagamentos são mais altos, os benefícios combinados podem chegar a US$ 600 (R$ 3.143) por semana, o equivalente a quase US$ 16 (R$ 83,8) por hora. Isso é mais que duas vezes o valor do salário mínimo federal americano.

A dificuldade inesperada para encontrar trabalhadores ameaça tirar dos trilhos que muitos economistas e donos de empresas antecipavam viesse a ser uma recuperação econômica robusta.

Falando na Casa Branca, Biden disse que seu plano econômico estava funcionando à despeito da desaceleração na criação de empregos registrado no mês passado, que viu a criação de 266 mil novos postos de trabalho, bem abaixo da expectativa de um milhão de novos empregos que muitos economistas mantinham.

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante discurso no estado da Pensilvânia – Jonathan Ernst – 31.mar.21 / Reuters

 

Ele insistiu em que não existiam “muitas provas” de que a extensão do prazo de validade dos benefícios-desemprego, como parte de seu plano de estímulo, estava desencorajando as pessoas de trabalhar.

“Precisamos manter o foco nos problemas reais que temos diante de nós – derrotar a pandemia e criar empregos”, disse o presidente.

Pessoas do mundo dos negócios disseram que a falta de mão de obra era real em setores como os serviços alimentícios, o transporte e a construção.

Donos de franquias da loja de conveniência 7-Eleven pediram que a companhia não os force a voltar a operar 24 horas por dia, porque não estão encontrando pessoal para os turnos noturnos.

Os administradores de uma loja da cadeia de restaurantes McDonald’s que está com falta de pessoal, no Texas, colocaram um aviso nos cardápios da área de drive-thru desejando paciência aos fregueses porque “ninguém mais quer trabalhar”, o que atraiu atenção instantânea para o restaurante no TikTok.

A Post Holdings, fabricante de cereais matinais, disse que a escassez de operários estava causando severos atrasos na produção.

Na segunda, Donnie King, vice-presidente de operações da Tyson Foods, uma maior companhia de processamento de carne dos Estados Unidos, disse “estamos levando cerca de seis dias para realizar o trabalho que fazíamos em cinco, por causa do giro elevado de mão de obra e do absenteísmo ”nas fábricas da companhia, que processam carne de porco e estiveram entre as unidades industriais mais atingidas nos meses iniciais da pandemia.

A Federação Nacional de Empresas Independentes, que congrega pequenas empresas americanas, informou que 42% dos proprietários de pequenas empresas dizem não conseguir preencher suas vagas. Entre eles está Matt Glassman, dono do Greyhound Bar & Grill, em Los Angeles.

Duas semanas antes de reabrir, Glassman marcou 15 marcando de contratação de pessoal de cozinha. Mas 12 dos candidatos não apareceram. Dos três que o fez, “um não serviço de modo algum para o posto” e outro se demitiu no primeiro dia, deixando-o com apenas um contratado.

“Fizemos o tradicional, recorremos ao Craigslist, recorremos ao [site de emprego] Poached, às agências de serviços culinários e ao Instagram. Tentei conversar com meu pessoal, tentei andar pela rua oferecendo empregos ”, disse Glassman. “Nada disso funcionou”.

Os riscos ampliados de trabalhar de modo não remoto em meio à crise da Covid fizeram com que muitos trabalhadores de salários baixos reconsiderassem se seus empregos valiam mesmo a pena, dizem ativistas sindicais e economistas.

Para as pessoas que têm filhos, o fechamento persistente de algumas escolas e outras instalações de atendimento a crianças tornadas ainda mais difícil retornar ao trabalho.

“A ideia de que uma pessoa precisa voltar ao trabalho e potencialmente colocar sua família em risco, e ao mesmo tempo receber um terço [das gorjetas] que costumava antes da pandemia, é uma decisão que eu provavelmente não tomaria, se fosse um dos meus empregados ”, disse Glassman.

Outros dizem que os benefícios-desemprego podem ter desencorajado potenciais candidatos.

Nos campos de petróleo da bacia de Permian, no oeste do Texas, “há muita gente contratando; a atividade do ramo de gás natural e petróleo está se recuperando, e eles estão prontos para contratar ”, disse Wesley Burnett, diretor econômico da câmara de comércio da cidade de Odessa. “Mas o programa federal que foi colocado em vigor meio que derrubou todo mundo, no sentido de que as pessoas preferem ficar em casa do que trabalhar”.

Henry McMaster, governador republicano da Carolina do Sul, instruiu seu estado a suspender o pagamento dos benefícios federais adicionais no final de junho dois meses antes do Washington planeja encerrar os pagamentos adicionais.

“O que deveria ter sido uma assistência financeira de curto prazo aos vulneráveis ​​e aos prejudicados no pico da pandemia se transformou em um perigoso benefício federal, incentivando os trabalhadores ao pagá-los para ficar em casa, em lugar de encorajá-los a retornar ao trabalho ”, disse McMaster.

Organizações progressistas dizem que existe uma maneira simples de atrair mais trabalhadores: oferecer salários maiores.

“Os empregadores agora dizem que não podem encontrar pessoas para ocupar os postos de trabalho, mas o que estar dizendo é que não conseguir encontrar pessoal para esses postos com a disponibilidade que estão oferecendo”, disse Melissa Boteach, do National Women’s Law Center, uma organização progressista. “E assim, fica claro que, quando existe procura por mão de obra, é preciso elevar os salários para gerar oferta”.

Dados do Departamento do Trabalho americano indicam que alguns empregadores empregadores a fazer exatamente isso. Empresas do setor de lazer e hospitalidade elevaram seus salários em abril, embora os salários continuem abaixo da tendência anterior à Covid.

Outras empresas estão indo além. A Uber lançou um programa de “estímulo” de US$ 250 milhões para atrair novos motoristas. A companhia informou que tem 22% menos motoristas agora do que no período um ano atrás, e que a demanda por motoristas surgiu, o que levou a aumentos de suas tarifas.

Fabio Sandri, presidente-executivo da avícola Orgulho do Peregrino, disse a analistas que sua empresa gastou US$ 40 milhões em aumentos de salários no primeiro trimestre do ano. Ele também disse que estava continuando a investir em automação para depender menos de trabalhadores.

Muitos economistas antecipam que qualquer escassez de mão de obra virá a se dissipar, prevendo que, quando o número de contágios pela Covid-19 cair, como escolas reabrirem e os benefícios adicionais aos desempregados expirarem, em setembro, os trabalhadores hesitantes retornarão.

Muitas pessoas podem não voltar aos trabalhos que faziam antes da pandemia. Glassman disse que muitos de seus trabalhadores concluíram a certificação na Califórnia.

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Heidegger: benéfica pandemia.

Notas.

O ser humano pensante desenvolve três disposições negativas: a do tédio, a da angústia e a do medo. As quadras de cisalhamento, como a da pandemia, agudizam os efeitos dessas disposições.

O tédio ocorre quando sentimos que o tempo passa porque não quer passar. No tédio não podemos controlar a sensação de que a vida escoa, não podemos dar-lhe um sentido. Entediados, confrontamos com o vazio, com a beira do abismo que nos faz recuar e procurar dentro de nós a salvação.

A angústia vem de que, confinados à vulgaridade cotidiana, tomamos consciência da nossa insignificância. Sentimos profundamente que a existência aponta para o nada, para a morte. A angústia não tem um objeto determinado ao qual possa ser remontada. Torna sem importância ou apelo mundo circundante. O efeito da angústia, no entanto, é positivo. Desperta-nos para a responsabilidade das escolhas da vida. Projeta na direção das possibilidades essenciais e realistas. Dissipa as possibilidades acessórias e fantasistas.

O nosso encontro conosco mesmos e a consciência de que vamos, inapelavelmente, morrer, despertam para o essencial da nossa existência. O que, em um primeiro momento, provoca um medo terrível de não-ser. Asfixiados pelo tédio, pela angústia e pelo medo, caminhamos por uma trilha que se bifurca. De um lado, há a existência vegetativa. De outro, a produção de um ente que ainda tem tempo – e sempre é tempo – de se assenhorar do seu destino: de dar sentido à própria vida.

 

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Cherques, Hermano Roberto Thiry. (2021). Heidegger – método de pensamento. Kindle edition.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia. Resultados do 1º Ciclo.

Fórum.

Ouvidos centenas de profissionais, no Brasil e na Europa, sobre o futuro imediato do trabalho, as principais percepções por segmento são os seguintes:

  • Áreas: devem prosperar os serviços de delivery, a internet das coisas, a logística, televendas, segurança cibernética, telefonia e transferência de dados. Devem decrescer: mega agências de publicidade, restaurantes self-service.
  • Profissões: devem prosperar trabalho temporário e intermitente; transporte e serviços de entrega. Devem decrescer empregos de vínculo permanente; trabalho doméstico.
  • Modalidades: devem prosperar atendimento on-line, empreendedorismo, tecnologia, trabalho on-line. Devem decrescer banco físico, burocracia presencial, trabalho formal, viagens de negócios
  • Atividades: deve prosperar gerenciamento por projetos. Deve decrescer reuniões presenciais.
  • Práticas: deve prosperar educação e treinamento à distância, coworking, saúde do trabalho. Deve decrescer ciclos longos de planejamento, modelos rígidos e trabalho presencial.

A discussão prossegue. Uma síntese dos comentários será postada na próxima semana.

Clique em cada etapa para ver os dados detalhados.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Práticas.

Fórum.


Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

Responda aqui sobre as profissões.

Responda aqui sobre as modalidades.

Responda aqui sobre as atividades.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Atividades.

Fórum.

Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

Responda aqui sobre as profissões.

Responda aqui sobre as modalidades.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Modalidades.

Fórum.

Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

Responda aqui sobre as profissões.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Profissões.

Fórum.

Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

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NOTAS: Como reabrir a economia explorando o ponto fraco do coronavírus.

Notas.

Deu no The New York Times  por Uri AlonRon Milo.

As pessoas podem trabalhar em ciclos de duas semanas, presencialmente por quatro dias e 10 dias em casa, confinadas.

Se não pudermos retomar a atividade econômica sem causar um ressurgimento das infecções por Covid-19, enfrentaremos um futuro sombrio e imprevisível de abertura e fechamento de escolas e empresas.

Podemos encontrar uma saída para esse dilema, explorando uma propriedade essencial do vírus: seu período latente – o atraso de três dias, em média, entre o momento em que uma pessoa é infectada e o tempo em que ela pode infectar outras pessoas.

As pessoas podem trabalhar em ciclos de duas semanas, presencialmente por quatro dias e, quando possivelmente se tornarem infecciosas, 10 dias em casa, confinadas. A estratégia funciona ainda melhor quando a população é dividida em dois grupos que trabalham semanas alternadas. Os funcionários das escolas austríacas adotarão uma versão simples com dois grupos de estudantes frequentando a escola por cinco dias a cada duas semanas já a partir de 18 de maio.

Os modelos criados no Instituto Weizmann em Israel prevêem que esse ciclo de duas semanas pode reduzir o número médio de pessoas infectadas por cada pessoa infectada abaixo de um. Portanto, um ciclo 10-4 poderia suprimir a epidemia, permitindo uma atividade econômica sustentável.

Mesmo se alguém estiver infectado e sem sintomas, entrará em contato com pessoas fora de sua casa por apenas quatro dias a cada duas semanas. Reduzindo a densidade de pessoas no trabalho e na escola, reduz a transmissão do vírus.

As escolas podem fazer com que os alunos frequentem por quatro dias consecutivos a cada duas semanas, em dois grupos alternados, e utilizar métodos de ensino à distância nos outros dias letivos. As crianças frequentarão a escola nos mesmos dias em que os pais trabalham.

As empresas trabalharam quase continuamente, alternando entre dois grupos de trabalhadores, para produção regular e previsível. Isso aumentaria a confiança do consumidor, aumentando a oferta e a demanda simultaneamente.

Durante os dias de bloqueio, essa abordagem exige aderência apenas ao nível de distanciamento já demonstrado nos países europeus e na cidade de Nova York. Impede os custos econômicos e psicológicos de abrir a economia e, em seguida, ter que restabelecer o bloqueio completo quando os casos surgirem inevitavelmente. Dar esperança e depois tirá-la pode causar desespero e resistência.

Uma rotina 10-4 garantiria emprego para milhões de pessoas que foram demitidas ou tiveram seus contratos suspensos. Esses empregos impedem os impactos devastadores, e muitas vezes duradouros, mentais e físicos do desemprego.

As falências das empresas também seriam reduzidas, acelerando a eventual recuperação econômica. A estratégia cíclica é fácil de explicar e aplicar. É equitativo em termos de quem volta ao trabalho. Aplica-se a qualquer escala: uma escola, uma empresa, uma cidade, um estado. Uma região que utiliza a estratégia cíclica é protegida: infecções provenientes de fora não podem se espalhar amplamente se o número de reprodução for menor que um.

Também é compatível com todas as outras contra-medidas em desenvolvimento. Os trabalhadores podem, e ainda devem usar, máscaras e distanciamento enquanto trabalham. Essa proposta não se baseia, no entanto, em testes em larga escala, que ainda não estão disponíveis em todos os lugares nos Estados Unidos e podem nunca estar disponíveis em grandes partes do mundo. Ele pode ser iniciado assim que um declínio constante de casos indicar que o bloqueio foi eficaz.

A estratégia cíclica deve fazer parte de uma estratégia abrangente de saída, incluindo a auto-quarentena de pessoas com sintomas, rastreamento e isolamento de contatos e proteção de grupos de risco. A estratégia cíclica pode ser testada em regiões limitadas por períodos de teste específicos, mesmo um mês. Se as taxas de infecções aumentarem, pode ser ajustado para menos dias úteis. Por outro lado, se as coisas estiverem indo bem, podem ser adicionados mais dias úteis. Em certos cenários, apenas quatro ou cinco dias de bloqueio em cada ciclo de duas semanas podem impedir o ressurgimento.

A epidemia de coronavírus é um inimigo formidável, mas não é imbatível. Ao agendar nossas atividades de maneira inteligente, de maneira a explicar a dinâmica intrínseca do vírus, podemos derrotá-lo mais rapidamente e acelerar um retorno total ao trabalho, escola e outras atividades.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra (em inglês).

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NOTAS: Para uma tipologia do trabalho solitário.

Notas.

Et voilà le travail– Anárquico, a pessoa que se isolou por não crer nem obedecer às hierarquias;

– Autárquico, a pessoa que manda em si mesma;

– Autônomo, a pessoa que se isolou por ditar as próprias normas;

– Desolado, a pessoa que se encontra só, como se estivesse no deserto;

– Excluído, a pessoa que foi desligada da comunidade social ou do acesso a ela;

– Rejeitado, a pessoa que foi apartada e esquecida;

– Retraído, a pessoa que se isolou de si mesmo de forma deliberada, seja por enfermidade da mente, como no caso do autismo, seja por intoxicação química, seja por envenenamento digital.

– Segregado, a pessoa que foi separada dos demais;

– Soberano, a pessoa que se coloca acima dos demais;

– Solitário (soledade) a pessoa que se sente só;

– Solitário (solitude) a pessoa que se recolhe em si mesma deliberadamente.