Demissões em tech chegam a 200 mil em 5 meses e já superam 2022.

Notas.

Deu no Gizmodo por .

Imagem: Alpha Photo/Flickr/Reprodução

De janeiro a maio de 2023, o setor de tecnologia já registrou 199.759 layoffs, termo usado para definir as demissões em tech em todo o mundo. O número nestes cinco meses é muito maior que o registrado em todo o ano de 2022, que terminou com 164.709 desligamentos. Mais demissões em massa que 2020 e 2021 juntos. 

Os dados estão na central de levantamento Layoffs.fyi, atualizado diariamente desde a pandemia. Uma contagem individual do site TechCrunch mostra que o mês de janeiro ainda é o recordista em cortes: foram mais de 84,7 mil demissões. 

Essa tendência no mercado de tecnologia começou durante a pandemia, quando startups demitiram seus funcionários nos primeiros meses da instabilidade caótica que tomou conta do planeta. 

Continuar lendo

150 demissões em um segundo: os algoritmos que decidem quem deve ser mandado embora.

Nota.

Deu no El País por MIQUEL ECHARRI.

Uma empresa de ‘software’ despediu centenas de funcionários em agosto seguindo apenas a recomendação de uma inteligência artificial, um caso que pode se tornar comum.

chaplin tempos modernos

Você será demitido por um algoritmo. Parece uma profecia de mau agouro, mas esse é o destino que aguarda a maior parte das pessoas empregadas neste agitado primeiro terço do século XXI: ser contratadas e despedidas por máquinas, sem nenhuma intermediação humana. É possível que muitas delas passem por esse ciclo de destruição criativa em várias ocasiões ao longo de trajetórias de trabalho que prometem ser agitadas. É o fim do emprego para a vida toda, que era comum até o final do século XX.

 

Em agosto, a Xsolla, filial russa de uma empresa de software e serviços interativos com sede em Los Angeles, fez uma reestruturação inovadora de sua equipe, atraindo a atenção de veículos de comunicação do mundo todo. Sem prévio aviso, ela decidiu demitir 150 dos 450 funcionários de seus escritórios em Perm e Moscou, seguindo apenas a recomendação de um algoritmo de eficiência no trabalho que os considerou “improdutivos” e “pouco comprometidos” com os objetivos da empresa.

Nem o impacto da pandemia nem as tão citadas “razões estruturais”. Desta vez, a causa alegada para justificar as demissões em massa foi o julgamento frio de um programa de inteligência artificial alimentado com big data. A medida foi tão drástica e incomum que o diretor-executivo e fundador da empresa, Alexander Agapitov, apressou-se em declarar à edição russa da Forbes que não concordava totalmente com o veredicto da máquina, mas era obrigado a acatá-lo devido aos protocolos internos pactuados com sua assembleia de acionistas. Ele até se ofereceu para ajudar os trabalhadores demitidos a encontrar novos empregos o mais rápido possível porque, em sua opinião, eles são, na maioria, “bons profissionais”.

O caso da Xsolla é um dos muitos exemplos de empresas modernas com vocação disruptiva que estão incorporando a inteligência artificial ao seu processo de tomada de decisões. O que é relativamente novo é que as funções que a máquina assumiu nesta ocasião são nada menos do que as da diretoria-geral de operações e das divisões de recursos humanos e gestão de talentos.

Que as máquinas acabariam substituindo os trabalhadores humanos, é algo que os luditas britânicos do século XIX já sabiam, e que Charles Chaplin nos mostrou de forma bastante eloquente no filme Tempos Modernos, de 1936. O que não esperávamos era que as máquinas fossem se transformar em nossos chefes.

Existe pelo menos um precedente muito conhecido. Em 2019, a Amazon, a mãe de todas as empresas disruptivas de hoje, atraiu a atenção da revista Bloomberg por sua tendência de demitir funcionários com base em critérios informáticos. Naquela ocasião, um dos afetados, Stephen Normandin, foi entrevistado pela revista e virou um símbolo desse procedimento aparentemente frio e desumanizado.

Normandin, de 63 anos, um veterano do Exército americano residente em Phoenix, Arizona, trabalhava havia vários meses como entregador contratado da empresa de Jeff Bezos quando recebeu um e-mail informando-o sobre a extinção de seu contrato. O algoritmo de rastreamento de sua atividade cotidiana considerou que ele não era apto para o trabalho. Uma máquina havia acabado de despedi-lo.

Normandin, que se definiu para a Bloomberg como “um cara da velha escola”, com uma ética profissional “à prova de bomba”, considerou isso uma afronta pessoal. Para ele, foi uma demissão “desconsiderada e abusiva”, além de não merecida. Ninguém veio lhe explicar quais critérios tinham levado a inteligência artificial a questionar seu compromisso e seu nível de competência: “Fiz turnos de 12 horas por dia em um restaurante comunitário para refugiados vietnamitas em Arkansas”, destacou. “Provei várias vezes que sou uma pessoa disciplinada e responsável, não mereço ser dispensado sem que me escutem, sem que levem em consideração minhas circunstâncias e sem que me deem explicações.” Em sua opinião, o algoritmo o demitiu por sua idade, sem levar em conta fatores como sua vontade de trabalhar e sua excelente saúde física e mental, mas suas tentativas de demonstrar isso indo a um tribunal de arbitragem foram infrutíferas.

Spencer Soper, que escreveu aquele artigo, considera que a luta de Normandin contra a máquina é “uma guerra perdida”, fruto de um “equívoco sinistro”: “Homens como ele continuam apelando para a cultura do esforço e a dignidade do trabalho, enquanto empresas como a Amazon baseiam seu modelo na crescente automatização dos processos produtivos e em rotinas de trabalho que excluem quase totalmente o fator humano”.

Em entrevista à CNBC, Jeff Bezos afirmou que as únicas decisões empresariais que é imprescindível deixar nas mãos de seres humanos são “as estratégicas”. As demais, as decisões “cotidianas”, por mais importantes que sejam, devem ser tomadas preferivelmente por algoritmos de inteligência artificial, porque eles agem “levando em conta todas as informações relevantes e sem interferências emocionais”. Para o CEO da Amazon, “a inteligência artificial otimiza os processos e, a médio e longo prazo, vai criar muitos mais empregos do que destruir”. Casos específicos mais ou menos lamentáveis do ponto de vista humano, como o de Stephen Normandin, seriam apenas efeitos colaterais de uma revolução que avança sem parar.

Para Fabián Nevado, especialista em direito trabalhista e assessor do Sindicato dos Jornalistas da Catalunha, “é moralmente inadmissível que um algoritmo demita você usando critérios gerais que não levam em conta suas circunstâncias pessoais e, principalmente, que nenhum ser humano se preocupe em comunicar a demissão pessoalmente, com o mínimo de respeito e empatia”.

Nevado não acha que esse tipo de caso possa ocorrer apenas em mercados de trabalho pouco regulamentados, como os da Rússia e dos Estados Unidos. “Pelo contrário, na Espanha, ao contrário do que as pessoas acreditam, a demissão é liberada. O que ocorre é que é preciso argumentar quais são os motivos para essa demissão e, caso não haja acordo, um juiz acaba decidindo se eles são convincentes ou não.” Mas é perfeitamente legal que as empresas utilizem a inteligência artificial para monitorar o desempenho de seus funcionários, desde que façam isso de acordo com a Lei Orgânica de Dados de Caráter Pessoal: “De qualquer forma, quem demite é sempre um empregador, um ser humano ou um grupo deles”, assinala Nevado. “Mas a máquina pode ser a ferramenta utilizada para justificar uma demissão. Na verdade, isso já está ocorrendo em muitos casos.”

Em última instância, quem decide é um juiz, como o árbitro faz no futebol profissional em relação à maioria das recomendações do VAR, essa ferramenta polêmica que revolucionaria para sempre a justiça esportiva. O que é claramente inaceitável, segundo o especialista, “é que nem os chefes de área nem os departamentos de recursos humanos assumam a responsabilidade por essa demissão, que se escondam atrás de algoritmos e outras inovações tecnológicas para fugir da responsabilidade e desumanizar ainda mais as relações trabalhistas”. Se a tendência continuar, Nevado prevê “um futuro bastante sombrio” para os departamentos de recursos humanos.

Tão sombrio que eles desaparecerão a médio prazo caso se consolide a ideia de que a gestão de talentos (contratações, demissões, aumentos salariais, processos disciplinares, incentivos…) pode ser deixada completamente nas mãos das máquinas. “E não só esse departamento”, acrescenta. “Muitos chefes de área também correrão perigo, principalmente aqueles cujo salário depende de sua capacidade para fiscalizar os trabalhadores sob sua responsabilidade.” Em um mundo de empresários inovadores, tecnologia de gestão de última geração e força de trabalho intercambiável, sobram os capatazes.

Frank Pasquale, professor da Brooklyn Law School de Nova York, aborda essas questões em seu livro New Laws of Robotic (“Novas Leis da Robótica”). Para esse intelectual, que se define como “um humanista com competência tecnológica”, a inteligência artificial nunca deve suplantar a experiência e a capacidade de raciocínio humanas em “áreas que tenham claras implicações éticas”. Ou seja, uma máquina nunca pode decidir em quem atirar nem a quem demitir, porque fará isso baseada exclusivamente em critérios de eficiência. Decisões desse tipo não podem ser automatizadas. Não podem ser dissociadas de um processo de “reflexão responsável”, uma ferramenta exclusivamente humana. Para o professor Pasquale, o “chefe digital” sempre será um tirano, porque desumaniza as pessoas ao tratá-las como se não fossem seres humanos, “ao transformá-las em meras ferramentas e negar-lhes sua condição de criaturas racionais e livres”.

A União Geral dos Trabalhadores da Espanha aponta, em seu documento de trabalho Las Relaciones Algorítmicas en las Relaciones Laborales (“As Relações Algorítmicas nas Relações Trabalhistas”), que a barreira contra os algoritmos que demitem pessoas tem de ser uma regulamentação clara que exija, em primeiro lugar, a revelação dos critérios utilizados pela inteligência artificial. “É preciso aplicar o princípio da precaução”, diz o chefe de digitalização do sindicato, José Varela. Porque os algoritmos, como qualquer produto da inteligência humana, cometem erros. Além disso, não se preocupam se suas decisões terão um impacto negativo sobre “a segurança das pessoas ou seus direitos fundamentais”. Ou seja, se um algoritmo vai nos demitir, vamos exigir que ele nos demonstre, em primeiro lugar, que sabe o que está fazendo.

Clique aqui para ler a matéria original na íntegra.

UTILIZE E CITE A FONTE.
 

Os trabalhadores não querem seus velhos empregos de volta nos velhos termos.

Nota.

Deu na Folha por Paul Krugman

A pandemia desordenou a vida de trabalho de muitos americanos. Alguns de nós —em geral pessoas brancas e de nível educacional elevado, com empregos relativamente bem remunerados— puderam adotar o trabalho remoto. Milhões de outros trabalhadores, especialmente muitos trabalhadores mal pagos do setor de serviços, simplesmente viram seus empregos desaparecer quando os consumidores deixaram de comer fora e de viajar.

Agora a economia está se recuperando —uma recuperação que provavelmente continuará a despeito da difusão da variante delta do coronavírus. Mas muitos americanos não desejam voltar à maneira que as coisas costumavam ser. Depois de 18 meses trabalhando em casa, muita gente não quer voltar a enfrentar o estresse da jornada diária entre sua casa e o trabalho. E pelo menos algumas das pessoas que foram forçadas a aceitar o desemprego vieram a perceber o quanto eram infelizes com seus empregos de baixo salário e condições de trabalho precárias, e relutam em retornar aos seus postos anteriores.

Para ser honesto, quando as empresas começaram, a se queixar da escassez de mão de obra, minha sensação foi de ceticismo. Esse tipo de queixa sempre emerge quando a economia começa a se recuperar de um período recessivo, e muitas vezes significa apenas que as pessoas em busca de emprego agora estão um pouco menos desesperadas. Alguns de nós ainda recordam como, sete ou oito anos atrás, Pessoas Muitas Sérias insistiram em que enfrentávamos uma grande “carência de qualificação” e que jamais seríamos capazes de levar o desemprego de volta aos níveis que haviam prevalecido antes da crise. (“Spoiler”: foi exatamente o que fizemos.)

A este ponto, porém, parece claro que alguma coisa realmente está acontecendo. Pode-se perceber pelos dados sobre postos de trabalho em aberto que existem muito mais vagas não preenchidas do que normalmente esperaríamos ver dado o nível atual de desemprego, que continua a ser relativamente alto.

É uma situação perceptível também se considerarmos o que está acontecendo no setor mais atingido pela pandemia, o de lazer e hospitalidade (hotéis, restaurantes).

Reabertura de Nova York, em maio de 2021
Reabertura de Nova York, em maio de 2021

O emprego no setor continua bem abaixo do nível que mantinha antes da pandemia; mas para trazer de volta os trabalhadores, o setor teve de oferecer grandes aumentos de salários, levando-os para valores significativamente mais altos do que a tendência vigente antes da pandemia.

Em outras palavras, alguns trabalhadores realmente não parecem dispostos a voltar aos seus velhos empregos a não ser que lhes sejam oferecidos substancialmente mais dinheiro e/ou condições de trabalho melhores. Mas por que isso está acontecendo? E devemos ver a tendência como ruim?

Os conservadores insistem em que é de fato ruim: os trabalhadores, eles afirmam, estão se recusando a aceitar empregos porque a assistência do governo está tornando o desemprego confortável demais para eles. Mas eles sempre diriam isso, não é? Lembre-se, foi a mesma coisa que disseram depois da crise financeira, afirmando que os desempregados estavam sendo mimados —quando a verdadeira razão para que a recuperação tenha demorado mais do que deveria foi a política de austeridade destrutiva imposta pelos republicanos do Congresso.

Isso posto, os motivos para preocupação quanto aos efeitos de incentivo dos benefícios-desemprego parecem mais convincentes agora do que no passado. A assistência aos desempregados foi muito mais generosa durante a pandemia do que durante a Grande Recessão; o suplemento de US$ 300 por semana aos benefícios-desemprego existentes, aprovado em dezembro e prorrogado em março, embora inferior aos US$ 600 por semana que vigoraram por parte de 2020, basta, quando combinado aos benefícios regulares, para substituir a maior parte da renda normal dos trabalhadores menos bem pagos.

Mas será que os benefícios-desemprego tiveram um grande efeito adverso sobre o emprego, na verdade? Não. Os números sobre o emprego em base estadual divulgados na sexta-feira (20) reforçam as conclusões de estudos anteriores que constataram um efeito negativo pequeno.

Desta vez, os republicanos inadvertidamente forneceram os dados necessários a refutar o que afirmam. Muitos dos estados governados por conservadores correram as cancelar os benefícios-desemprego expandidos antes de setembro, a data em que eles expirariam. Se esses benefícios fossem uma grande força de bloqueio à criação de empregos, esses estados teriam visto crescimento de emprego perceptivelmente mais rápido do que os estados democratas, que mantiveram os benefícios. Isso não aconteceu.

Mas se os benefícios do governo não foram responsáveis, o que explica a relutância de alguns trabalhadores a voltar aos seus velhos empregos? Pode haver diversos fatores. O medo do vírus não desapareceu, e pode estar fazendo com que alguns trabalhadores escolham ficar em casa. Cuidar das crianças também é uma questão, já que muitas escolas continuam fechadas e os serviços de creche ainda não se recuperaram.

Meu palpite, porém —e é só um palpite, embora alguns dos especialistas mais conhecidos nessa área tenham opiniões semelhantes— é que, como indiquei no começo deste artigo, o desordenamento do trabalho criado pela pandemia foi uma experiência de aprendizado. Muitas das pessoas afortunadas o bastante para poderem trabalhar de casa perceberam o quanto detestavam ir de casa ao trabalho a cada dia; algumas das pessoas que trabalhavam no setor de lazer e hospitalidade perceberam, em seus meses de inatividade forçada, o quanto odiavam seus velhos empregos.

E os trabalhadores parecem dispostos a pagar um preço para evitar voltar ao que as coisas eram. Isso, aliás, pode se provar especialmente verdadeiro para os trabalhadores mais velhos, alguns dos quais optaram por sair da força de trabalho.

Na medida em que essa é a história por trás da recente “escassez de mão de obra”, o que estamos vendo é bom, e não um problema. Perversamente, a pandemia pode ter dado a muitos americanos a oportunidade de determinar o que realmente importa para eles —e o dinheiro que estavam sendo pagos para realizar trabalhos desagarráveis, alguns deles agora percebem, não era suficiente.

Clique aqui para ler a matéria original na íntegra.

UTILIZE E CITE A FONTE.
 

São Jorge e a Pandemia.

Nota.

Vittore-Carpaccio-St-George-and-the-Dragon-5-sq

A tradição cristã conta com cinquenta e cinco santos combatendo o dragão. São Jorge é apenas o mais popular deles. O dragão era a Pandemia, a ‘peste gravissima’, trazida pelos ratos que vinham nos navios do Levante.

Vittore-Carpaccio-St-George-and-the-Dragon-5-

Na representação de Vittore Carpaccio (ca. 1460 – ca 1526), a nobre virgem permanece intocada e as pessoas nas torres estão em distância social. Longe dos empestados, e dos pobres. Nosso São Jorge é a ciência.

 

UTILIZE E CITE A FONTE.

Por que trabalhadores nos EUA estão pedindo demissão em ritmo recorde.

Notas.

Deu na BBC por Ángel Bermúdez (@angelbermudez)

Foto mostra homem empurrando um arquivo e uma cadeira em um carrinho de mão

CRÉDITO,GETTY IMAGES Nos Estados Unidos, quase 4 milhões de trabalhadores pediram demissão em abril

 

O número recorde de pedidos de demissões nos Estados Unidos em abril parece materializar uma tendência que o pesquisador Anthony Klotz, especialista em psicologia organizacional, batizou há alguns anos de “a Grande Renúncia” — um realinhamento no mercado de trabalho em que uma parcela considerável de pessoas, por diversos motivos, estão escolhendo largar seus empregos.

Naquele mês, quase 4 milhões de trabalhadores, o equivalente a 2,7% de toda a força de trabalho do país, deixaram seus empregos. É um recorde desde 2000, quando esse tipo de dado começou a ser registrado.

A pandemia de coronavírus atingiu o emprego nos EUA com força brutal. Em apenas dois meses, entre fevereiro e abril de 2020, o número de desempregados passou de 5.717.000 para 23.109.000. A partír daí, começou uma gradual retomada, à medida que governos, empresas e funcionários encontraram uma forma de se adaptar ao novo cenário.

Com essa recuperação parcial, a taxa de desemprego ficou em 5,8% no último mês de maio, bastante abaixo dos 14,8% em abril de 2020 — porém acima dos 3,5% registrados antes da pandemia.

Então, por que enquanto milhões de americanos estão procurando empregos, há outros milhões que estão pedindo demissão?

Esgotamento e epifanias

Em sala, mulher aparece sentada diante da mesa com testa franzida e mãos na cabeça, demonstrando preocupação

CRÉDITO,GETTY IMAGES O esgotamento está por trás de muitos pedidos de demissão, explica Anthony Klotz

 

Embora sejam inúmeras as razões individuais pelas quais trabalhadores podem decidir pedir demissão, Anthony Klotz, professor associado de administração na Escola de Negócios Mays, da Universidade Texas A&M, diz que há quatro grandes explicações para a “Grande Renúncia” estar se concretizando agora.

A primeira é que muitos funcionários que já queriam deixar seus empregos em 2020 adiaram essa decisão.

“Entre 2015 e 2019, o número de demissões nos Estados Unidos cresceu ano a ano, mas esse número caiu muito em 2020, o que faz sentido dada a incerteza da pandemia. As pessoas permaneceram nos seus empregos, mesmo que quisessem deixá-los”, explicou Klotz à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).

Estima-se que em 2020 houve quase 6 milhões de demissões a menos nos EUA do que o esperado.

Com o avanço da vacinação e a melhoria da economia no país, essas pessoas podem ter sentido um cenário mais favorável para concretizar a saída.

“As mais recentes estatísticas do Departamento do Trabalho têm mostrando um recorde histórico de demissões em abril me levam a crer que muitas dessas pessoas já começaram a deixar seus empregos”, diz Klotz.

O segundo fator que pode ter impulsionado esse fenômeno é o “esgotamento do trabalho”.

“Sabemos por diversas pesquisas que, quando as pessoas se sentem esgotadas no trabalho, é mais provável que saiam.”

“Vimos inúmeras histórias de trabalhadores essenciais, mas também de muitas pessoas que trabalharam de casa e tentaram equilibrar o tempo da família e do trabalho, que experimentaram altos níveis de esgotamento (na pandemia). No momento, há mais trabalhadores ‘esgotados’ do que o normal”, aponta o especialista, acrescentando que a “única” cura para esta situação é um bom período de descanso, mas como este nem sempre é possível, a saída se torna inevitável.

Um terceiro fator que pode explicar essa onda de demissões, segundo Klotz, são os momentos de revelação ou epifania.

Eles acontecem quando uma pessoa, que pode estar feliz com seu trabalho, de repente vive uma situação que a faz querer deixar o cargo — como não conseguir a promoção que esperava ou ver algum colega ser demitido.

Mulher sorrindo de forma contida em frente a estabelecimento, aparentemente um café

CRÉDITO,GETTY IMAGES Momentos de epifania podem levar pessoas a se demitirem e abrirem seu próprio negócio, por exemplo

 

“Com a pandemia, quase todos nós sofremos um impacto que nos fez reavaliar nossas vidas. Tantas pessoas tiveram essas epifanias! Algumas perceberam que querem ficar mais tempo com sua família; outras agora sentem que seu trabalho não é tão importante quanto pensavam, ou querem abrir seu próprio negócio”, explica.

“Muitas pessoas estão considerando fazer mudanças em suas vidas, e isso muitas vezes significa mudar suas carreiras.”

A ampliação do trabalho remoto

A quarta possível explicação para a “Grande Renúncia” estar se concretizando agora tem a ver com o trabalho remoto, expandido na pandemia. Muitas pessoas se adaptaram a trabalhar de casa e agora não querem voltar ao escritório, embora para Klotz esta parcela de pessoas seja menor.

“Como seres humanos, temos a necessidade fundamental de desfrutar da autonomia. Quando você trabalha à distância, consegue estruturar o dia à sua maneira e tem muito mais flexibilidade do que no escritório. Por isso, muitas pessoas não querem perder essa liberdade. Existem pessoas que estão se demitindo para buscar empregos remotos ou híbridos”, afirma o especialista.

Um estudo internacional encomendado pela Microsoft revelou que 70% dos funcionários querem que as empresas mantenham a opção flexível do trabalho remoto, e 45% dos que trabalham remotamente têm planos de se mudar para um novo local de moradia, já que não precisam mais ir para o escritório.

E cada vez mais empresas estão dispostas a oferecer essa possibilidade a seus funcionários. De acordo com dados fornecidos pelo LinkedIn à BBC News Mundo, anúncios na plataforma oferecendo cargos remotos aumentaram cinco vezes entre maio de 2020 e maio de 2021.

O setor de mídia e comunicação lidera a oferta de empregos remotos (27%), seguido pela indústria de software e tecnologia da informação (22%).

Ao mesmo tempo, quase 25% de todas as inscrições para vagas feitas entre o final de abril e maio foram para empregos remotos.

Mulher olha sorrindo para laptop apoiado no sofá da sala

CRÉDITO,GETTY IMAGES Estudo internacional encomendado pela Microsoft revelou que 70% dos funcionários querem que as empresas mantenham a opção flexível do trabalho remoto

 

Oportunidades para carreiras específicas

Analistas apontam ainda uma outra explicação para essa onda de pedidos de demissão nos EUA.

Trabalhadores antes considerados mal pagos, como funcionários de restaurantes e hotéis, estão um pouco mais valorizados no país.

Segundo números do Departamento do Trabalho, entre aqueles que deixaram seus cargos no último mês de abril, mais de 740 mil eram do setor de lazer, hotelaria e restaurantes. Esse número de pessoas que fizeram a transição equivale a 5,3% do total de trabalhadores do setor.

A reabertura abrupta da economia criou uma grande demanda por esses funcionários, o que obrigou as empresas a oferecerem incentivos, inclusive melhores salários, para preencher as vagas.

“Há muita rotatividade em cargos de baixa remuneração, nos quais as pessoas realmente não têm uma progressão na carreira. Se você encontrar um emprego que lhe ofereça um pouco mais, mudar não tem nenhum custo para você”, explicou Julia Pollak, economista da consultoria ZipRecruiter, ao jornal The New York Times.

Clique aqui para ler a matéria original.
UTILIZE E CITE A FONTE.
 

‘Neijuan’: a nova geração que se rebela contra trabalho excessivo por sucesso na China.

Notas.

yyqlsjxyd6ilmdqarakz-800x450 Deu na BBC por Fan Wang e Yitsing Wang.

Metro em Shanghái

CRÉDITO, GETTY IMAGES
 

Na China, a insana corrida competitiva começa quase no minuto em que você nasce. Dali em diante, as pessoas correm para entrar em uma boa escola até conseguirem um emprego de prestígio. Mas agora, milhões de pessoas querem se libertar desse ciclo, após anos de frustração.

Quando Sun Ke se formou na universidade em 2017, ele partiu para Xangai em busca de um sonho comum de muitos de sua geração: ter uma boa carreira, um carro e até uma casa.

O jovem de 27 anos não esperava que fosse muito difícil. Seus pais haviam conseguido começar do zero por conta própria e agora possuem várias propriedades em sua cidade natal, uma pequena cidade perto de Xangai.

No entanto, quando ele abriu seu restaurante em 2018, Sun Ke logo percebeu que grandes franquias e plataformas de entrega em domicílio já estavam dominando o mercado. Ele chegou atrasado nessa competição.

Clique aqui para ler a matéria original.

UTILIZE E CITE A FONTE.
 

Trabalhar ‘demais’ mata 745 mil pessoas por ano no mundo.

Notas.

yyqlsjxyd6ilmdqarakz-800x450 Deu na BBC.

Mulher em frente a notebook com as mãos na cabeça demonstrando cansaço
CRÉDITO, GETTY IMAGES

Jornadas de trabalho excessivas estão matando milhares de pessoas por ano, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

O primeiro estudo global do tipo revela que 745 mil pessoas morreram em 2016 de derrame e doenças cardíacas relacionadas a longas horas de trabalho.

O relatório mostra que as pessoas que vivem no Sudeste Asiático e na região do Pacífico Ocidental são as mais afetadas.

E a OMS avalia que a tendência pode piorar devido à pandemia do coronavírus.

O Brasil está na faixa de países que têm até 4% da população exposta a longas jornadas de trabalho (55 horas ou mais por semana).

Isso coloca o país entre os menos afetados por jornadas exaustivas do mundo – nos países onde o problema é mais grave, esse percentual chega a atingir mais de 33% da população.

A pesquisa descobriu que trabalhar 55 horas ou mais por semana está associado a um risco 35% maior de AVC (acidente vascular cerebral) e 17% maior de morrer de doença cardíaca, em comparação com uma semana de 35 a 40 horas de trabalho.

O estudo, realizado em parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), também mostrou que quase três quartos dos que morreram em consequência de longas jornadas de trabalho eram homens de meia-idade ou mais velhos.

Frequentemente, as mortes ocorreram muito mais tarde na vida, às vezes décadas depois, do que o período em que foram realizadas as longas horas de trabalho.

‘Não vou mais passar o dia todo no Zoom’

Semanas atrás, um post no LinkedIn de Jonathan Frostick, de 45 anos, ganhou ampla repercussão. Ele descreveu como teve uma revelação quanto ao problema das longas jornadas.

O gerente de regulação no banco britânico HSBC havia acabado de se sentar numa tarde de domingo para se preparar para a semana de trabalho à frente, quando sentiu um aperto no peito, uma palpitação na garganta, mandíbula e braço, além de dificuldade para respirar.

“Fui para o quarto para me deitar e chamei a atenção da minha esposa, que ligou para o 999 [equivalente no Reino Unido ao 192 brasileiro, número que deve ser chamado para emergências médicas]”, disse ele.

Enquanto se recuperava de um ataque cardíaco, Frostick decidiu mudar sua relação com o trabalho. “Não estou mais passando o dia todo no Zoom”, diz ele.

A postagem chegou a centenas de leitores, que compartilharam suas experiências de excesso de trabalho e o impacto disso em sua saúde.

Homem trabalha em indústria brasileira
CRÉDITO,DAVID ALVES/ PALÁCIO PIRATINI: Brasil está entre países que têm até 4% da população exposta a longas jornadas.
 

Frostick não culpa seu empregador pelas longas horas de trabalho, mas uma das pessoas que respondeu ao seu post escreveu: “As empresas continuam a levar as pessoas ao limite, sem se preocupar com seu bem-estar pessoal.”

O HSBC disse que todos no banco desejam a Frostick uma recuperação plena e rápida.

“Reconhecemos a importância da saúde e do bem-estar pessoal e de um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. No último ano, redobramos nossos esforços em saúde e bem-estar”, afirmou o banco.

“As respostas a essa postagem mostram o quanto o assunto preocupa as pessoas e estamos encorajando todos a fazerem de sua saúde e bem-estar uma prioridade máxima.”

Embora o estudo da OMS não cubra o período da pandemia, especialistas da organização afirmam que o recente avanço do trabalho remoto e a desaceleração econômica podem ter aumentado os riscos associados às longas jornadas de trabalho.

“Temos algumas evidências que mostram que, quando os países entram em lockdown nacional, o número de horas trabalhadas aumenta em cerca de 10%”, diz o técnico da OMS, Frank Pega.

Segundo o relatório, calcula-se que as longas jornadas sejam responsáveis por cerca de um terço de todas as doenças relacionadas ao trabalho, representando o maior peso entre as doenças ocupacionais.

Os pesquisadores afirmam que há duas maneiras pelas quais as longas jornadas de trabalho levam a piores resultados de saúde.

Andrew Falls
CRÉDITO,NATALIE FALLS: Andrew Falls diz que ser enviado para trabalhos longe de casa com pouca antecedência aumentou a pressão de seu trabalho.
 

Primeiro, por meio das respostas fisiológicas diretas ao estresse. E segundo, porque jornadas mais longas resultam em que os trabalhadores se tornem mais propensos a adotar comportamentos prejudiciais à saúde, como uso de tabaco e álcool, menos horas de sono e exercício, e uma dieta pouco saudável.

Andrew Falls, de 32 anos e engenheiro de campo em Leeds, na Inglaterra, afirma que as longas horas de trabalho em seu emprego anterior afetaram sua saúde mental e física.

“Cinquenta a 55 horas por semana eram a regra. Eu também ficava fora de casa por semanas a fio.”

“Estresse, depressão, ansiedade”, relata. “Eu estava num estado constante de abatimento.”

Depois de cinco anos, ele deixou o emprego para recomeçar como engenheiro de software.

O número de pessoas trabalhando longas jornadas estava aumentando antes da chegada da pandemia, de acordo com a OMS, e era de cerca de 9% da população global total.

No Reino Unido, o Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS, na sigla em inglês) mostrou que as pessoas que estavam trabalhando em casa durante a pandemia fazem uma média de seis horas extras não remuneradas por semana.

As pessoas que não trabalhavam em casa fazem em média 3,6 horas extras semanais, segundo o ONS.

 

Clique aqui para ler a matéria original.

UTILIZE E CITE A FONTE.
 

Empregadores enfrentam dificuldades para encontrar funcionários nos EUA.

Nota.

Deu no Financial Times via Folha.

632081-oportunidades-de-estagio-oi-2013-4O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defende suas realizações na segunda-feira (10), depois que os números sobre o emprego nos Estados Unidos revelaram dois fatos intrigantes: milhões de pessoas que perderam o emprego na pandemia continuam desempregadas, mas como empresas dizem que não estão encontrando pessoas para contratar em número suficiente.

A incapacidade das companhias para atrair novos trabalhadores deflagrou um debate polarizador sobre as possíveis causas, e os republicanos e algumas figuras do mundo dos negócios dizem que os benefícios excessivamente generosos aos desempregados estão desencorajando como pessoas de procurar emprego.

O principal culpado por isso, eles afirmam, é a extensão pelo governo Biden do pagamento adicional de US$ 300 (R$ 1.571) semanais em benefícios-desemprego. Nos estados onde os pagamentos são mais altos, os benefícios combinados podem chegar a US$ 600 (R$ 3.143) por semana, o equivalente a quase US$ 16 (R$ 83,8) por hora. Isso é mais que duas vezes o valor do salário mínimo federal americano.

A dificuldade inesperada para encontrar trabalhadores ameaça tirar dos trilhos que muitos economistas e donos de empresas antecipavam viesse a ser uma recuperação econômica robusta.

Falando na Casa Branca, Biden disse que seu plano econômico estava funcionando à despeito da desaceleração na criação de empregos registrado no mês passado, que viu a criação de 266 mil novos postos de trabalho, bem abaixo da expectativa de um milhão de novos empregos que muitos economistas mantinham.

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante discurso no estado da Pensilvânia – Jonathan Ernst – 31.mar.21 / Reuters

 

Ele insistiu em que não existiam “muitas provas” de que a extensão do prazo de validade dos benefícios-desemprego, como parte de seu plano de estímulo, estava desencorajando as pessoas de trabalhar.

“Precisamos manter o foco nos problemas reais que temos diante de nós – derrotar a pandemia e criar empregos”, disse o presidente.

Pessoas do mundo dos negócios disseram que a falta de mão de obra era real em setores como os serviços alimentícios, o transporte e a construção.

Donos de franquias da loja de conveniência 7-Eleven pediram que a companhia não os force a voltar a operar 24 horas por dia, porque não estão encontrando pessoal para os turnos noturnos.

Os administradores de uma loja da cadeia de restaurantes McDonald’s que está com falta de pessoal, no Texas, colocaram um aviso nos cardápios da área de drive-thru desejando paciência aos fregueses porque “ninguém mais quer trabalhar”, o que atraiu atenção instantânea para o restaurante no TikTok.

A Post Holdings, fabricante de cereais matinais, disse que a escassez de operários estava causando severos atrasos na produção.

Na segunda, Donnie King, vice-presidente de operações da Tyson Foods, uma maior companhia de processamento de carne dos Estados Unidos, disse “estamos levando cerca de seis dias para realizar o trabalho que fazíamos em cinco, por causa do giro elevado de mão de obra e do absenteísmo ”nas fábricas da companhia, que processam carne de porco e estiveram entre as unidades industriais mais atingidas nos meses iniciais da pandemia.

A Federação Nacional de Empresas Independentes, que congrega pequenas empresas americanas, informou que 42% dos proprietários de pequenas empresas dizem não conseguir preencher suas vagas. Entre eles está Matt Glassman, dono do Greyhound Bar & Grill, em Los Angeles.

Duas semanas antes de reabrir, Glassman marcou 15 marcando de contratação de pessoal de cozinha. Mas 12 dos candidatos não apareceram. Dos três que o fez, “um não serviço de modo algum para o posto” e outro se demitiu no primeiro dia, deixando-o com apenas um contratado.

“Fizemos o tradicional, recorremos ao Craigslist, recorremos ao [site de emprego] Poached, às agências de serviços culinários e ao Instagram. Tentei conversar com meu pessoal, tentei andar pela rua oferecendo empregos ”, disse Glassman. “Nada disso funcionou”.

Os riscos ampliados de trabalhar de modo não remoto em meio à crise da Covid fizeram com que muitos trabalhadores de salários baixos reconsiderassem se seus empregos valiam mesmo a pena, dizem ativistas sindicais e economistas.

Para as pessoas que têm filhos, o fechamento persistente de algumas escolas e outras instalações de atendimento a crianças tornadas ainda mais difícil retornar ao trabalho.

“A ideia de que uma pessoa precisa voltar ao trabalho e potencialmente colocar sua família em risco, e ao mesmo tempo receber um terço [das gorjetas] que costumava antes da pandemia, é uma decisão que eu provavelmente não tomaria, se fosse um dos meus empregados ”, disse Glassman.

Outros dizem que os benefícios-desemprego podem ter desencorajado potenciais candidatos.

Nos campos de petróleo da bacia de Permian, no oeste do Texas, “há muita gente contratando; a atividade do ramo de gás natural e petróleo está se recuperando, e eles estão prontos para contratar ”, disse Wesley Burnett, diretor econômico da câmara de comércio da cidade de Odessa. “Mas o programa federal que foi colocado em vigor meio que derrubou todo mundo, no sentido de que as pessoas preferem ficar em casa do que trabalhar”.

Henry McMaster, governador republicano da Carolina do Sul, instruiu seu estado a suspender o pagamento dos benefícios federais adicionais no final de junho dois meses antes do Washington planeja encerrar os pagamentos adicionais.

“O que deveria ter sido uma assistência financeira de curto prazo aos vulneráveis ​​e aos prejudicados no pico da pandemia se transformou em um perigoso benefício federal, incentivando os trabalhadores ao pagá-los para ficar em casa, em lugar de encorajá-los a retornar ao trabalho ”, disse McMaster.

Organizações progressistas dizem que existe uma maneira simples de atrair mais trabalhadores: oferecer salários maiores.

“Os empregadores agora dizem que não podem encontrar pessoas para ocupar os postos de trabalho, mas o que estar dizendo é que não conseguir encontrar pessoal para esses postos com a disponibilidade que estão oferecendo”, disse Melissa Boteach, do National Women’s Law Center, uma organização progressista. “E assim, fica claro que, quando existe procura por mão de obra, é preciso elevar os salários para gerar oferta”.

Dados do Departamento do Trabalho americano indicam que alguns empregadores empregadores a fazer exatamente isso. Empresas do setor de lazer e hospitalidade elevaram seus salários em abril, embora os salários continuem abaixo da tendência anterior à Covid.

Outras empresas estão indo além. A Uber lançou um programa de “estímulo” de US$ 250 milhões para atrair novos motoristas. A companhia informou que tem 22% menos motoristas agora do que no período um ano atrás, e que a demanda por motoristas surgiu, o que levou a aumentos de suas tarifas.

Fabio Sandri, presidente-executivo da avícola Orgulho do Peregrino, disse a analistas que sua empresa gastou US$ 40 milhões em aumentos de salários no primeiro trimestre do ano. Ele também disse que estava continuando a investir em automação para depender menos de trabalhadores.

Muitos economistas antecipam que qualquer escassez de mão de obra virá a se dissipar, prevendo que, quando o número de contágios pela Covid-19 cair, como escolas reabrirem e os benefícios adicionais aos desempregados expirarem, em setembro, os trabalhadores hesitantes retornarão.

Muitas pessoas podem não voltar aos trabalhos que faziam antes da pandemia. Glassman disse que muitos de seus trabalhadores concluíram a certificação na Califórnia.

Clique aqui para ler a matéria original na íntegra.

UTILIZE E CITE A FONTE.
 

Heidegger: benéfica pandemia.

Notas.

O ser humano pensante desenvolve três disposições negativas: a do tédio, a da angústia e a do medo. As quadras de cisalhamento, como a da pandemia, agudizam os efeitos dessas disposições.

O tédio ocorre quando sentimos que o tempo passa porque não quer passar. No tédio não podemos controlar a sensação de que a vida escoa, não podemos dar-lhe um sentido. Entediados, confrontamos com o vazio, com a beira do abismo que nos faz recuar e procurar dentro de nós a salvação.

A angústia vem de que, confinados à vulgaridade cotidiana, tomamos consciência da nossa insignificância. Sentimos profundamente que a existência aponta para o nada, para a morte. A angústia não tem um objeto determinado ao qual possa ser remontada. Torna sem importância ou apelo mundo circundante. O efeito da angústia, no entanto, é positivo. Desperta-nos para a responsabilidade das escolhas da vida. Projeta na direção das possibilidades essenciais e realistas. Dissipa as possibilidades acessórias e fantasistas.

O nosso encontro conosco mesmos e a consciência de que vamos, inapelavelmente, morrer, despertam para o essencial da nossa existência. O que, em um primeiro momento, provoca um medo terrível de não-ser. Asfixiados pelo tédio, pela angústia e pelo medo, caminhamos por uma trilha que se bifurca. De um lado, há a existência vegetativa. De outro, a produção de um ente que ainda tem tempo – e sempre é tempo – de se assenhorar do seu destino: de dar sentido à própria vida.

 

UTILIZE E CITE A FONTE.
Cherques, Hermano Roberto Thiry. (2021). Heidegger – método de pensamento. Kindle edition.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia. Resultados do 1º Ciclo.

Fórum.

Ouvidos centenas de profissionais, no Brasil e na Europa, sobre o futuro imediato do trabalho, as principais percepções por segmento são os seguintes:

  • Áreas: devem prosperar os serviços de delivery, a internet das coisas, a logística, televendas, segurança cibernética, telefonia e transferência de dados. Devem decrescer: mega agências de publicidade, restaurantes self-service.
  • Profissões: devem prosperar trabalho temporário e intermitente; transporte e serviços de entrega. Devem decrescer empregos de vínculo permanente; trabalho doméstico.
  • Modalidades: devem prosperar atendimento on-line, empreendedorismo, tecnologia, trabalho on-line. Devem decrescer banco físico, burocracia presencial, trabalho formal, viagens de negócios
  • Atividades: deve prosperar gerenciamento por projetos. Deve decrescer reuniões presenciais.
  • Práticas: deve prosperar educação e treinamento à distância, coworking, saúde do trabalho. Deve decrescer ciclos longos de planejamento, modelos rígidos e trabalho presencial.

A discussão prossegue. Uma síntese dos comentários será postada na próxima semana.

Clique em cada etapa para ver os dados detalhados.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Práticas.

Fórum.


Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

Responda aqui sobre as profissões.

Responda aqui sobre as modalidades.

Responda aqui sobre as atividades.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Atividades.

Fórum.

Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

Responda aqui sobre as profissões.

Responda aqui sobre as modalidades.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Modalidades.

Fórum.

Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

Responda aqui sobre as profissões.

UTILIZE E CITE A FONTE.

FÓRUM: O Trabalho Depois da Pandemia – Profissões.

Fórum.

Dando sequência ao Fórum sobre O Trabalho Depois da Pandemia, o que você acha que vai permanecer, que vai declinar e que vai prosperar no campo do trabalho depois da pandemia?

Responda abaixo e veja aqui os dados compilados até agora.

Responda aqui sobre as áreas de trabalho.

UTILIZE E CITE A FONTE.

NOTAS: Para uma tipologia do trabalho solitário.

Notas.

Et voilà le travail– Anárquico, a pessoa que se isolou por não crer nem obedecer às hierarquias;

– Autárquico, a pessoa que manda em si mesma;

– Autônomo, a pessoa que se isolou por ditar as próprias normas;

– Desolado, a pessoa que se encontra só, como se estivesse no deserto;

– Excluído, a pessoa que foi desligada da comunidade social ou do acesso a ela;

– Rejeitado, a pessoa que foi apartada e esquecida;

– Retraído, a pessoa que se isolou de si mesmo de forma deliberada, seja por enfermidade da mente, como no caso do autismo, seja por intoxicação química, seja por envenenamento digital.

– Segregado, a pessoa que foi separada dos demais;

– Soberano, a pessoa que se coloca acima dos demais;

– Solitário (soledade) a pessoa que se sente só;

– Solitário (solitude) a pessoa que se recolhe em si mesma deliberadamente.