Notas.
Personalidades há que são de tal forma autocentradas que não conseguem enxergar que os outros são diferentes. Um exemplo. Dentre as várias formas de amor descritas pelos gregos, as duas eróticas – o eros pandemos e o eros ouranós – diferem. O eros pandemos, mais frequente, é o da posse. A pessoa quer possuir a outra física e mentalmente. O eros ouranós é o do cuidado. A pessoa quer cuidar da outra mental e fisicamente. Pois as personalidades cujo traço de caráter é autocentrado, tendem à primeira modalidade. Por isso percebem o carinho alheio como desejo e são incapazes de entender que assim não seja. Que outra pessoa possa ter o desejo da posse, particularmente a posse carnal, com acessório e até mesmo dispensável em uma relação.