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Existe um hiato entre a ação e o movimento. O que os diferencia é exemplificado pela discrepância entre o fato de que eu levanto o meu braço, que é uma ação, e o fato de que meu braço se levanta, que é um movimento. (Wittgenstein)
É possível haver movimento sem que aja uma ação. Existem movimentos reflexos, sem representação explícita das consequências, e existem movimentos que demandam serem acionados, seja em direção ao fim pretendido, seja no sentido de um procedimento a ser observado. Uma ação pode ser simples – ligar uma máquina – ou requerer um modelo interno de sequência de debates e movimentos (projeto). Pode ser individual ou solicitar movimentos coordenados.
As neurociências distinguem duas modalidades de ação. A primeira é voluntária, intencional, antecipadora do efeito e deflagrada endogenamente. A segunda é reativa, diz respeito a uma escolha, responde a um estímulo e é induzida exogenamente. O que incita as duas modalidades de ação se localiza em diferentes partes do córtex pré-frontal. Pouco mais se sabe sobre isso, além de que a forma de ação voluntária-antecipadora é mais lenta do que a forma reativa-eletiva. (Khamassi)
Os atos de descobrir e o inventar têm raízes semelhantes. A diferença entre eles está em que a descoberta se liga ao agir reativo, enquanto a invenção corresponde à esfera da causalidade fortuita [event]. O reflexo e o reflexivo (Davidson).
Nenhum dos saberes acima explica satisfatoriamente o evento heurístico, a ação produzida sem intenção.
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REFERÊNCIAS.
Davidson, Donald 92001) Essays on Actions and Events. Oxford University Press, Nc, USA.
Khamassi, Mehdi & Élisabeth Pacheric (2018). L’action, In, La cognition : du neurone à la société. Thérèse Collins, Daniel Andler et Catherine Tallon-Baudry (dir.). Paris. Gallimard
Livet, Pierre (2005). Qu’est-ce qu’une action? Librairie Vrin
Wittgenstein, Johan Joseph Ludwig (1967). Zettel. Oxford, Blackwell.